domingo, 23 de março de 2014

UEPA ALTERA LEITURAS OBRIGATÓRIAS, PORÉM, NÃO AGRADA ESTUDANTES

Jogos de Azar de José Cardoso Pires,
é um dos livros da nova lista.
 Querido diário,

Estamos muito tempo sem nos falar. Mano, me desculpa mesmo! A gente tem que colocar o papo em dia. Prometo que faremos isso em breve. Mas tenho que te contar uma coisa que levou um misto de preocupação e indignação aos estudantes essa semana. É que a UEPA, simplesmente resolveu trocar TODAS eu disse TODAS as leituras obrigatórias desde o 1º ano de Ensino Médio. E fizeram isso agora em março mesmo. Não tão nem vendo.

PROTESTO

O único problema é que muita gente aceita isso caladinho, acha que esse é o processo natural das coisas. Mas um grupo de alunos, dois dias após a UEPA divulgar a nova lista de leituras, foi até o Solar do Leitor, livraria de um dos coordenadores da parte de literatura dos processos seletivos da universidade estadual e lá deixaram uma carta de repúdio à mudança tardia. Transcrevo-a aqui:

“Belém, 21 de março de 2014.

Caro professor Alonso,

Na sua monumental “Viagem do Elefante”, José Saramago narra o traslado de Salomão, de Lisboa em Portugal, a Valadollid na Áustria, em tempos imperiais. São muitos os problemas que despontam ao longo da viagem. Revelando a relação de poder e subordinação. É assim que nos sentimos. Em pleno século XXI com tamanha intransigência. Assim são os milhares de vestibulandos que sonham atingir seu objetivo e chegarem à universidade.

E a UEPA troca todas as leituras chamadas “obrigatórias” do vestibular desde a 1ª série do Ensino Médio. São obras geniais, visivelmente bem escolhidas que exigem do candidato a demonstração de suas habilidades.

A mudança, entretanto, foi radical e acima de tudo: tardia. Se já se pensava em alterar, porque não alterou-se ainda em janeiro? Quem lida com o processo cruel, exaustivo e até hitleriano do vestibular, sente que 2 meses fazem toda a diferença.

A literatura é genial e chega a ser um bálsamo de oxigênio, onde os estudantes mergulham num mundo diferente do seu e viajam, amam e odeiam, relaxam. Ela, porém, não é a única disciplina a ser estudada.

Some a matemática, analise o português, julgue os mapas, faça isso, aquilo e leia, compreenda, interprete obras filosóficas de grandes autores, de seus heterônimos. Compre os livros. A que horas?

Que se pense nisso e se avalie se mudanças tão radicais são deveras benéficas para os próximos escravos do vestibular.
Vestibulandos.”
COMPRA

Alguns autores que pintaram nessa lista da UEPA desse ano chegam a ser até desconhecidos. Muitas livrarias aguardam a chegada de remessas de livros para atender o consumidor.


Ai, ai...






quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

WE ARE THE CHAMPIONS


Eu me lembro como se fosse há 6 anos! Por isso mesmo não me lembro de muita coisa. Só sei que entrei no curso de inglês com aprovação de bolsa integral. Ainda tinha 9 anos quando já comecei no 4º nível do infantil. Mais um ano e meio pra febre do Crepúsculo estourar e minha formatura do kids ser sobre esse tema.

A partir dali segui firme mais 10 níveis ao lado de pessoas incríveis que não tenho como esquecer. Citaria muuuuitos nomes, mas um em especial merece destaque.

E esse alguém se chama Izabella Lobato – essa que tá na foto aí de baixo – nos aguentamos severamente nível após nível. Como ela mesma gosta de dizer, “rindo meu riso, chorando meu choro”. Não gosto desse tipo de frase, todavia ela é real. Realíssima, aliás. Reconhecer o tom de voz do outro, o olhar up ou cabisbaixo. Eis as provas de que um sentimento verdadeiro existe aí. Sentimento que sempre precisa ser cuidado, seja com uma bronca porque você fez 
algo errado, seja com um abraço longo, doce, fraterno.

Izabella é do tipo de pessoa que tu passas alguns minutos e te marcam. Provavelmente porque ela soltou uma pérola daquelas ou porque ela te contou alguma história pessoal. Apesar de ser toda mulherona, é ingênua, porém sábia.

PARTE DEDICADA SOMENTE À IZABELLA. NÃO LEIAM!


Bella, não vamos concluir o inglês juntos como sempre planejamos. Seria cruel demais ter que me despedir pessoalmente, sabes que repugno despedidas. Daqui pra frente não será igual. Não nos veremos mais sagradas duas vezes por semana. Teremos que nos acostumar com encontros vez ou outra, que da minha parte sempre vão acontecer.
O “Fim” é do curso, nossa amizade terá muitos anos. Meu programa vai passar na TV do teu consultório médico. Vais falar no meu programa sobre alguma doença. Vamos nos abraçar, beijar e compartilhar nossas vitórias e fraquezas muito ainda. Sabes o quanto I love you.




THE END?

Pra mim, concluir o inglês (e diga-se de passagem, com louvor – foi 9 na prova de redação, 9 na gramática e 9 na prova oral) foi como descobrir a chave de uma fechadura chamada “mundo”. Ainda tenho muito pra aprender, mas sei que um BIG passo foi dado.
Obrigado aos meus teachers, colegas que fiz no último semestre, a todos que me passaram o vocabulário que não aprendi no dia da provHEIN?!
Ignorem minha cara. Roubei a foto do instagram da Cami
Duarte! @CamiDuart_ 

Seria extremamente ingrato se não agradecesse a duas pessoas em especial. Nossa Senhora de Nazaré que sempre me acalentou quando eu tive medo que minhas notas tivessem sido trashes e meu pai, Josino, que foi quem me apoiou incondicionalmente e incansavelmente para que eu fosse do início ao fim. Além, é claro de toda minha família.

A turma que sempre caminhou comigo, quero participar da formatura de você, congratulá-los, aplaudi-los. Pois we are the champions, my friends!



PS: No mais sentirei saudade principalmente dos personagens incríveis que andam na MELHOR LINHA DE ÔNIBUS DESSA CIDADE, o PEDREIRA CONDOR! 

domingo, 26 de janeiro de 2014

#SempreTradição





Durante minha infância as dúvidas de quem seriam Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Benjamin Constant, Aristides Lobo, martelavam na minha cabeça. Só sabia, na verdade, que eles eram nomes de ruas. Agora o porque de tamanho merecimento nunca entendi.

Belém do Pará, completou no último dia 12, 398 anos de história. Entre ver-O-pesos, teatros, círios e ervas, uma característica acaba passando despercebida por nossos olhos urbanos. A correria, a pressa e a ignorância não nos deixam pensar no quão legal é a história escrita por trás de nossas placas fincadas a cada esquina
FOTO / DIÁRIO DE UM VESTIBULANDO
da cidade.

Nos bairro do Jurunas e Batista Campos guerreiros e gentios se misturam. Herois da cabanagem e índios. Tupinambás, Apinagés, Mundurucus, Tamoios e Pariquis são tribos indígenas. Eutíquio e Batista Campos eram padres.

Trouxe o assunto à tona por estar estudando em história os tipos de República e seus principais personagens. Nesse momento entendi a importância dessas pessoas para nós, nos dias de hoje.







#SempreApinagés

Em 2011, numa atitude infeliz, a Câmara Municipal de Belém – CMB – não esperava tamanha revolta popular ao tentar mudar o nome da Travessa dos Apinagés, que corta os bairros do Jurunas e Batista Campos, para o nome de um empresário da capital paraense. Na época um abaixo assinado circulou entre moradores, donos de estabelecimento e sociedade civil de norte a sul da via pública. As placas recém-trocadas foram pichadas e uma grande mobilização foi armada até que a prefeitura voltasse atrás na sua escolha. E ela recuou. Vitória popular.


#Sempre16

Mas a experiência parece não ter tido validade e mais uma vez a CMB trocou o nome de mais uma rua sem consulta prévia à população. A vítima da vez foi a 16 de Novembro entre João Diogo e Tamandaré na Cidade Velha e passou a se chamar Desembargador Inácio Guilhon.  Talvez esperem mais um montante popular. 

Cabe a nós preservar essa tradição tão bonita, tão Belém.



sábado, 25 de janeiro de 2014

MEUS SENTIMENTOS

Querido diário,

Sei que não temos conversado muito ultimamente, mas em breve você saberá porque. Os dias tem sido muito corridos. Mas essa foi uma semana de catarse.

O sábado amanheceu nublado, triste – parecia presságio. Os sétimos dias da semana são de aulas normais, fazem parte do currículo. Hoje além disso haveria reunião de pais. Haveria.

Em procissão silente um a um chegávamos à escola e recebíamos a notícia do falecimento da esposa do professor de matemática. Durante menos de um mês ela travou uma batalha contra o câncer.

Nesses dias em que a notícia chegou para nós (Convênio B – minha turma) foram momentos de reflexão e oração. Compartilhamos da dor de quem sempre esteve conosco, dando-lhe nosso apoio, revigorando suas forças.

O Jones é como um pai. Ensina o certo e o que leva ao certo. Briga por querer nosso bem.


A ele um abraço, uma oração e a certeza de que sua esposa venceu a batalha que travou, hoje  ela descansa em paz.

Reproduzo agora a carta que o escrevi na aula de redação:















































sábado, 11 de janeiro de 2014

ANIVERSÁRIO DE BELÉM: UMA VIAGEM NO TEMPO

Desde o dia que começamos a nos conhecer melhor deve ter ficado claro pra vocês o que eu quero pra vida: ser jornalista. Por isso, esse post com selo de especial. Amanhã, domingo, Belém completa 398 anos. 1 dia antes dessa data eu volto no tempo e chego em 1616 pra cobrir a chegada da expedição de Francisco Caldeira ao Grão Pará. Conto com o discernimento de vocês para separarem o real da licença poética.



“Esta foi uma viagem difícil e pensada às pressas, mas nosso trabalho está a ser feito com muita dignidade e valentia.”. Em tom de orgulho, essas foram as primeiras palavras do comandante da Expedição ao Grão-Pará, o senhor Francisco Caldeira, natural da cidade de Castelo Branco, em Portugal. Mais parecia um heroi de “Os Lusíadas” – livro de seu conterrâneo, Luís Vaz de Camões.

Comandante Chico (Francisco Caldeira) e pouco menos de 200 homens saíram de Natal no Rio Grande do Norte bem no dia do natal, em 25 de dezembro do ano passado, em 3 embarcações. Comemoraram o Réveillon no convés de suas embarcações. Seu Capistrano de Abreu, nos contou sobre a rota que fizeram em 17 dias. "...Partimos no dia de Natal, correndo a costa, fazendo sondagens, dando fundo todas as noites, tomando as conhecenças da terra, numa extensão de cento e cinqüenta léguas. Entramos na barra pela ponta de Saparará, e seguimos por entre ilhas, bem acolhidos pelo gentio disposto em seu favor, graças à derrota dos franceses, e encontramos notícias imprecisas de flamengos e ingleses que frequentavam aquelas regiões...".  

Aqui no Pará eles foram recebidos por centenas de gentios Tupinambás, que faziam gestos que os portugueses não souberam identificar e foi recebido com certa precaução.



“Estamos atentos a tudo. Não sabemos se isso é uma reprovação à nossa Caravana, ou um hábito cultural deste povo.” – disse Álvaro Neto, comandante de uma das 3 embarcações.

Nesse 12 de janeiro, os portugueses já chegaram por aqui colocando nomes, a piscina natural do quintal dos aborígenes, a “Paraná-Guaçu”, para eles é a Enseada da Baía do Guajará e foi a rua/rio que marcou a reta final da viagem dos estrangeiros.

Na terra dos Tupinambás, a promessa da criação de uma metrópole que oficialmente já é chamada de Santa Maria de Belém do Grão-Pará. Mas cada vez que precisam falar o nome desse recanto intocado da natureza em plena amazônia, eles optam pelo apelido: Belém.

Pra cá eles vieram botar banca e expulsar franceses e holandeses que queriam colonizar estas terras. Vão começar a construção de um pequeno Forte que deve ser aumentado com o tamanho da necessidade. Trouxeram muita pólvora. Temem uma reação de seus vizinhos europeus. Mas com a visão que vão ter com a construção desse forte, será difícil alguém não ser bombardeado no menor sinal de uma embarcação no horizonte.

Ficarão por  aqui por tempo indeterminado e já estão com planos de colonização gradual da terra.

As índias estão em polvorosa com os tipos europeus que recém chegaram. Eles, portugueses, parecem que nunca viram uma “gaja” na vida. Estão enlouquecidos. Preocupação para os índios.

As tardes estão chuvosas  e Belém respira ares de mudança. Muito trabalho por aqui. Pra mim e para os homens que tem prazos para entregarem obras de infra-estrura que beneficiarão eles próprios e os moradores desta, quem sabe um dia, civilização.

De 1616, em Santa Maria de Belém do Grão Pará, para os leitores de um tal de “Blog” em 2013, Gabriel Pinheiro. 

Amanhã, no dia de aniversário de Belém, nós vamos continuar nossa viagem e eu de 2013 vou entrevistar o eu de 1616. Não deixem de conferir!





sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

ÚLTIMO 1º DIA DE AULA

1º dia de aula Talvez você esteja se perguntando porque que alguma escola em sã consciência colocaria o 1º dia de aula numa sexta-feira. Bem, eu te explico.


Querido diário,

Não importa se você é do maternal ou do último ano do ensino médio. Tem coisas que nunca mudam. Primeiro dia de aula, nunca tem aula. É um momento pra que todos se apresentem, mesmo se já se conhecem. Falar boas palavras, motivar, incentivar.

Honestamente, confesso que à meia-noite do dia 31 para 01 de janeiro, um frio de responsabilidade e compromisso me dominou. Sofrer por antecipação, popularmente falando. Mas hoje foi momento para aliviar essas tensões. Ainda bem. Os professores sempre muito queridos com a gente nos deixaram conscientes, mas tranquilos.

Ao meu lado, Ayrton. No alto, Caio Flávio Costa. E o Márcio
que tá na foto para caçar likes. / ARQUIVO PESSOAL
Na guerra em que se transformou o vestibular, “matar ou morrer”, fica pra outra hora. Ali todos são amigos. Tem que haver vaga pra todo mundo, ora bolas! Preocupar-se com o outro é fundamental. Talvez seja por isso que meus amigos Caio Flávio Costa e Ayrton Amaral atenderam meu pedido e levaram doações para que eu as entregasse ao posto que as destinarão paras as vítimas da tragédia de Abaetetuba, que fica a algumas poucas horas de Belém. Muitas famílias perderam tudo o que tinham. A erosão engoliu casas e deixou outras em estado de alerta. É preciso ajudar. Mais amigos ficaram de contribuir nos próximos dias - Amém. 


Como já disse primeiro dia de aula nunca tem aula, muita gente ficou faltando. Devem chegar nos próximos dias. Os professores que entraram em sala hoje nos mostraram o baita quadro de conteúdo que nos espera ao longo desse ano. Quero destacar a volta da madrinha da nossa turma desde o 1º ano que estava de Licença Maternidade, professora de química Bethânia Gomes – voltou mais nossa mãe do que já era antes.

Ficamos hoje por aqui com uma imagem que fiquei devendo: minha última foto 3X4 para a escola. Sorriso discreto tem razão de estar aí suavemente estampado. E lógico, a primeira foto 3X4 para a escola ampliada e mal tratada pelo tempo. Aaah! Não reclamem da qualidade das fotos, o blog ainda não me dá retorno de milhões pra eu sair escaneando as coisas. Hahahahahahah

FOTO / ARQUIVO PESSOAL
FOTO / ARQUIVO PESSOAL




Até mais!




quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

BEST FRIEND FOREVER

"A gente nunca pôde atuar junto numa peça de escola! A gente ri muito fácil da cara do outro."

Querido diário,

FOTOS DE ARQUIVO PESSOAL
 Amanhã talvez seja um dos dias mais chocantes de 2014. Voltarão as aulas e pela primeira vez em 15 anos minha melhor amiga de todas não estará lá. É uma lástima, é um luto. Ela não está mais entre nós.

Antes de contar-lhes nossa melancólica despedida, preciso explicar que esse apelido trash que vocês podem conferir no título, nos demos no auge do orkut, quando a sigla BFF estava em alta nas cotações das principais bolsas de depoimentos de valores da (extinta) rede social.

Eu e minha amiga, nos conhecemos no maternal. Ela me deu uma mordida violenta de arrancar pedaço e desde então nunca mais paramos de nos amar violentamente. Pra minha surpresa o nome dela era e sempre será Gabriella. Sim, com 2 L’s. Identificação imediata.

Gabi é tempo sem hora, é uma composição intensa de Cazuza e Frejat, sol nascente no oriente, a foto da lua cheia do facebook de vocês. Sucesso de público, crítica e caçadora-mor de likes no instagram. Gabi é uma completa louca, gente! Não se enganem.

A gente nunca pôde atuar junto numa peça de escola! A gente ri muito fácil da cara do outro.

E foi em dezembro do último ano que nos vimos pela última vez. Uma emoção grande tomou conta de nossos corações. Ela chorou, eu cantei um trecho de “Amigos Para Sempre” e no mesmo dia ela partiu.

Gabi vive uma nova vida. Com pessoas que sempre amou e hoje pode as reencontrar em sua plenitude de luz, paz e amor.

1 MINUTO DE SILÊNCIO


É que ela tá morando na Inglaterra, gente! Foi viver na Europa um sonho que carregou consigo desde os primórdios de sua vivência no Brasil: conseguir ser uma atriz de sucesso. (E ela será).

Fica aqui minha homenagem a esse alguém que mesmo longe sinto perto. Com o seu coração me amando... Amigos para sempre é o que nós iremos ser. Na primavera ou em qualquer das estações. Nas horas tristes, nos momentos de prazer. Amigos para sempre.


ATUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES DEVERAS IMPORTANTES PARA O DIÁRIO:


Hoje tirei minha última foto 3X4 pra escola. O sorriso discreto tem razão de ser e vocês imaginam o porque né? Hoje conheci também uma parte da UFPA. Achei incrível. Maior do que eu esperava o tamanho da cidade universitária.