Desde o dia que começamos a nos conhecer
melhor deve ter ficado claro pra vocês o que eu quero pra vida: ser jornalista.
Por isso, esse post com selo de especial. Amanhã, domingo, Belém completa 398 anos. 1 dia antes dessa data eu volto no tempo e
chego em 1616 pra cobrir a chegada da expedição de Francisco Caldeira ao Grão
Pará. Conto com o discernimento de vocês para separarem o real da licença poética.
“Esta foi uma viagem difícil e pensada às pressas, mas nosso trabalho está a ser feito com muita dignidade e valentia.”. Em tom de orgulho, essas foram as primeiras palavras do comandante da Expedição ao Grão-Pará, o senhor Francisco Caldeira, natural da cidade de Castelo Branco, em Portugal. Mais parecia um heroi de “Os Lusíadas” – livro de seu conterrâneo, Luís Vaz de Camões.
Comandante Chico (Francisco Caldeira) e
pouco menos de 200 homens saíram de Natal no Rio Grande do Norte bem no dia do
natal, em 25 de dezembro do ano passado, em 3 embarcações. Comemoraram o
Réveillon no convés de suas embarcações. Seu Capistrano de Abreu, nos contou
sobre a rota que fizeram em 17 dias. "...Partimos no dia de Natal, correndo a costa,
fazendo sondagens, dando fundo todas as noites, tomando as conhecenças da
terra, numa extensão de cento e cinqüenta léguas. Entramos na barra pela ponta
de Saparará, e seguimos por entre ilhas, bem acolhidos pelo gentio disposto em
seu favor, graças à derrota dos franceses, e encontramos notícias imprecisas de
flamengos e ingleses que frequentavam aquelas regiões...".
Aqui no Pará eles foram recebidos por centenas de gentios
Tupinambás, que faziam gestos que os portugueses não souberam identificar e foi
recebido com certa precaução.
“Estamos atentos a tudo. Não sabemos se isso é uma reprovação
à nossa Caravana, ou um hábito cultural deste povo.” – disse Álvaro Neto,
comandante de uma das 3 embarcações.
Nesse 12 de janeiro, os portugueses já chegaram por aqui
colocando nomes, a piscina natural do quintal dos aborígenes, a “Paraná-Guaçu”,
para eles é a Enseada da Baía do Guajará e foi a rua/rio que marcou a reta
final da viagem dos estrangeiros.
Na terra dos Tupinambás, a promessa da criação de uma
metrópole que oficialmente já é chamada de Santa Maria de Belém do Grão-Pará.
Mas cada vez que precisam falar o nome desse recanto intocado da natureza em
plena amazônia, eles optam pelo apelido: Belém.
Pra cá eles vieram botar banca e expulsar franceses e
holandeses que queriam colonizar estas terras. Vão começar a construção de um
pequeno Forte que deve ser aumentado com o tamanho da necessidade. Trouxeram
muita pólvora. Temem uma reação de seus vizinhos europeus. Mas com a visão que
vão ter com a construção desse forte, será difícil alguém não ser bombardeado
no menor sinal de uma embarcação no horizonte.
Ficarão por aqui por
tempo indeterminado e já estão com planos de colonização gradual da terra.
As índias estão em polvorosa com os tipos europeus que recém
chegaram. Eles, portugueses, parecem que nunca viram uma “gaja” na vida. Estão
enlouquecidos. Preocupação para os índios.
As tardes estão chuvosas
e Belém respira ares de mudança. Muito trabalho por aqui. Pra mim e para
os homens que tem prazos para entregarem obras de infra-estrura que
beneficiarão eles próprios e os moradores desta, quem sabe um dia, civilização.
De 1616, em Santa Maria de Belém do Grão Pará, para os
leitores de um tal de “Blog” em 2013, Gabriel Pinheiro.
Amanhã, no dia de aniversário de Belém, nós vamos continuar nossa viagem e eu de 2013 vou entrevistar o eu de 1616. Não deixem de conferir!
Amanhã, no dia de aniversário de Belém, nós vamos continuar nossa viagem e eu de 2013 vou entrevistar o eu de 1616. Não deixem de conferir!
Nenhum comentário:
Postar um comentário