Durante minha infância as dúvidas de quem seriam Quintino
Bocaiúva, Rui Barbosa, Benjamin Constant, Aristides Lobo, martelavam na minha
cabeça. Só sabia, na verdade, que eles eram nomes de ruas. Agora o porque de
tamanho merecimento nunca entendi.
Belém do Pará, completou no último dia 12, 398 anos de
história. Entre ver-O-pesos, teatros, círios e ervas, uma característica acaba
passando despercebida por nossos olhos urbanos. A correria, a pressa e a
ignorância não nos deixam pensar no quão legal é a história escrita por trás de
nossas placas fincadas a cada esquina
da cidade.
FOTO / DIÁRIO DE UM VESTIBULANDO |
Nos bairro do Jurunas e Batista Campos guerreiros e gentios
se misturam. Herois da cabanagem e índios. Tupinambás, Apinagés, Mundurucus, Tamoios
e Pariquis são tribos indígenas. Eutíquio e Batista Campos eram padres.
Trouxe o assunto à tona por estar estudando em história os
tipos de República e seus principais personagens. Nesse momento entendi a
importância dessas pessoas para nós, nos dias de hoje.
#SempreApinagés
Em 2011, numa atitude infeliz, a Câmara Municipal de Belém –
CMB – não esperava tamanha revolta popular ao tentar mudar o nome da Travessa
dos Apinagés, que corta os bairros do Jurunas e Batista Campos, para o nome de
um empresário da capital paraense. Na época um abaixo assinado circulou entre
moradores, donos de estabelecimento e sociedade civil de norte a sul da via
pública. As placas recém-trocadas foram pichadas e uma grande mobilização foi
armada até que a prefeitura voltasse atrás na sua escolha. E ela recuou.
Vitória popular.
#Sempre16
Mas a experiência parece não ter tido validade e mais uma vez
a CMB trocou o nome de mais uma rua sem consulta prévia à população. A vítima
da vez foi a 16 de Novembro entre João Diogo e Tamandaré na Cidade Velha e
passou a se chamar Desembargador Inácio Guilhon. Talvez esperem mais um montante popular.
Cabe a nós preservar essa tradição tão bonita, tão Belém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário